sábado, 2 de junho de 2007

Cuidado com a Íra do Atum

Lá estou eu, saltitando alegremente até a cozinha, então minha mãe está lá, feliz da vida me pergunta se eu gostaria de lhe ajudar a fazer a janta, ok, a primeira resposta que veio a minha mente foi um não, porém tive pena de fazer desaparecer o rosto alegre de Tia Bel, e disse um sim, no qual me arrependeria amargamente depois. E lá fomos nós, pegamos o patê de atum light, maionese light, uma colher, e uma tigela. Fui abrir a lata do patê de atum, fui andando calmamente até a gaveta onde guardamos talheres e coisas do gênero, ah, vamos ressaltar que é uma gaveta minúscula recheada de facas e coisas cortante e pontiagudas, tudo misturado e aos montes, no qual você demora anos para achar a faca do pão, imagine então um pequeno e singelo abridor de latas amarelo gema!? Sim, caso você não ache nessa gaveta, procure na debaixo, que tem o mesmo tamanho e quantidade de coisas que a de cima. Mas então, voltando a nosso historinha, a nossa heroína, eu, fui lá procurar o abridor de latas, sim, eu amo abrir latas, então começo a procurar rápido, pois a alegria de se abrir uma lata de atum é sensacional. Sim, morro procurando o bendito abridor de latas, a raiva vai se espalhando por mim, cadê o abridor de latas!? Vou para a gaveta de baixo, procuro, procuro, procuro, mas não acho nada, me canso e xingo o mundo inteiro por não ter achado o patê de atum, minha mãe, na mais perfeita calma, vai procurar o abridor de latas nas mesmas gavetas que eu havia acabado de procurar, sim, devo ter algum distúrbio mental por não conseguir achar um abridor de latas nas gavetas, por isso, ela vai lá checar se eu sou anormal, ou se eu realmente não achei. Sento em um banquinho e fico assistindo a cena, após um belo tempo, ela chega a conclusão que eu não tenho nenhum problema, diferente do que muito pensam, e que eu realmente não achei o abridor de latas. Então reviramos a cozinha, as duas de completo mau humor, minha mãe então propôs a bela idéia de pedir para a vizinha nos emprestar um abridor de latas, ligamos para a casa dela, porém ninguém atende. Tristes, e sem esperanças, voltamos a procurar o abridor de latas. Vamos até a sala, onde se encontra painho, na mais perfeita calma assistindo TV, olho para ele como se perguntasse "o mundo está aqui acabando, a gente não consegue achar o abridor de latas e você está vendo velhinhos degustando vinhos de mais de dois mil reais!?", sim, penso isso, mas ele nem percebe que estou lá, continuo a procurar o abridor de latas na sala. Depois de um bom tempo ele nota a minha inspiradora presença e me pergunta o que estou procurando, respondo com voz de ocupada que o abridor de latas foi abduzido, então ele fica um tempo parado pensando e logo diz que tem um estojo, e me pergunta onde está o estojo dele. Olho-o incrédula, o que um estojo de couro que faz propaganda de uma empresa tem haver com o abridor de latas!? É, lá dentro tinha um abridor de latas, mas então, onde está o estojo!? Lá vamos nós procurar o estojo, e o que antes se resumia em procurar o abridor de latas na sala e na cozinha, se transformou em procurar o estojo de painho que deve ter um abridor de latas, e procurar na casa toda. Ok, a heroína de nossa história pode ser inteligente, porém ela não é ninja. Lá vamos eu e mamis procurar o bendito estojo que tinha o abridor de latas dentro, mas então, onde estava minha mãe?! Não, ela não foi abduzida, não, eu não vou sair procurando a minha mãe, ela estava na cozinha, novamente procurando o abridor de latas nas gavetas que eu já tinha procurado duas vezes (pra ter certeza que não tenho problema nenhum). Chamo ela para me ajudar a procurar o estojo de painho, ela olha para mim, não havia entendido nada, e continua a procurar nas gavetas, fico um tempo olhando a cena e depois vou a procura do estojo de couro. Saio pela casa, procuro em várias bolsas, e desde sala até banheiro, mas não acho. Entro no quarto de meus pais, a lâmpada do quarto deles está queimada, ou seja, não acende, então temos que ir até um abajour e acender a lâmpada que só ilumina metade do quarto. lá vou eu, cega, até o abajour e o acendo, na hora que tiro a minha mão do mesmo, a sinto bater em algo, a luz do abajour acende e o rádio, que estava no chão, começa a tocar (não me perguntem como o rádio ligou). Olho para baixo e vejo um copo quebrado, em pouco tempo percebo que é um daqueles copos lindos que fazem parte de promoções, e que a promoção já havia acabado, ou seja, sem copos para substituir. Lá vou recolher os pedaços do copo, sem antes desligar o rádio (medo do rádio), me estresso rapidamente com esse trabalho de corno e chamo mamãe para catar os pedaços do copo por mim. Começo a procurar, novamente, o estojo de painho que provavelmente tinha um abridor de latas dentro. Não acho, volto a cozinha, onde minha mãe já havia terminado de catar os pedaços quebrados do copo e começo a pegar faca e abridores de vinhos para tentar abrir a lata de atum, sem sucesso, como era de se esperar, olho com raiva pra cena e me sento em um banquinho. Mamãe liga para a vizinha, que atende (antes ela estava tomando banho), então pede um abridor de latas emprestado, sim, ao contrario do que muitos pensam, a vizinha tinha um abridor de latas, sim! Pegamos e então eu pude, finalmente, ter a glória de abrir a lata de atum. Fico pensando se era o meu destino tentando interferir na abertura da lata de atum, não sei, se tiver algum problema de estômago ou morrer por causa desse patê de atum, eu te ligo avisando. Mas então, dá licença que agora vou comer pão com patê de atum.

Duuda Calheiros,
que afirma que todos os fatos citados
acima realmente aconteceram.
E que patês de atum têm alguma
influência sobrenatural sobre rádios.

Nenhum comentário: